25 maio, 2006

Imigração, privacidade e Britney

Nestas noites solitárias, às vezes dou por mim a ver noticiários ou mesmo a ler jornais (acidentalmente assinei o Chicago Tribune). E então reparei que há três assuntos, todos eles cruciais, que têm dominado os media deste país. Como os sete leitores deste blogue são todos ocupados e pouco pacientes, vou ser breve:

1. Imigração: há debates e manifestações numerosas por todo o país sobre os direitos de cidadania dos imigrantes, sobretudos latinos (nota: aqui um latino não tem nada a ver com aquele povo originário de um cantinho da península italiana e que se foi espalhando pelo mundo, para eles é um sul americano, muito provavelmente um mexicano), sobre a ascenção da sua cultura e da língua espanhola na socidade dos Estados Unidos. Os imigrantes latinos, legais e ilegais, representam já uma parcela importante da população do país. Além de diminuirem a força da maioria fundadora e historicamente dominante nos EUA, europeus anglo-saxónicos protestantes, ameaçam roubar aos afro-americanos o estatuto de minoria dominante e o protagonismo nas fugas à polícia televisionadas. Há umas semanas atrás algum desses imigras lembrou-se de criar uma versão do hino americano em espanhol, o que revoltou os círculos mais conservadores de Washington DC e levou, ao que parece, o Senado a aprovar à pressa uma lei que institui o inglês como língua oficial do país.

2. Captação de telefonemas privados: depois do onze de Setembro o governo decidiu começar a controlar telefonemas privados, como meio de combate ao terrorismo. As companhias de telefones móveis foram requisitadas para fornecer dados. Umas deram mais, outras deram menos. Há pouco tempo a tramóia foi descoberta e publicada e as pessoas ficaram aborrecidas, dizem que é desrespeito pela privacidade.

3. Há cada vez mais dúvidas sobre as qualidades de mãe da Britney Spears. Depois de ter deixado cair o bebé, há uns tempos atrás, à saída de um hotel (tinha um copo numa mão e a criança noutra), supostamente bêbeda, foi recentemente apanhada a transportar o mesmo petiz, no carro, com a cadeira numa posição incorrecta (voltada para a frente). Tirem as vossas próprias conclusões, se quiserem.

23 maio, 2006

De superfície

Um dos símbolos mais conhecidos de Chicago, o metro de superfície (ou apenas "L", de eLevated) forma um laço (loop) com uma milha quadrada de área e baptiza toda a baixa da cidade. Já arranha desde 1897 (isto vi eu que ninguém me contou) e parece que recebe meio milhão de pessoas por dia de semana.
Por baixo e à volta das ruas da baixa que ocupa (Lake, Wabash, Van Buren e Wells), o Loop larga uma mistura de escuridão, charme, barulho, conveniência, opressão e graciosidade. E claro, podem sentir este bicho único aqui da janela.


http://www.chicago-l.org/

http://www.yelodog.com/html/loop/loop.html

14 maio, 2006

Conan

Conan, o rapaz do futuro, 11 anos, vive sozinho com o avô e é um descendente de sobreviventes de uma nave que se despenhou numa ilha ao fugir da terceira guerra mundial, em 2008. Há mais humanos no Planeta Terra.

Conan, o Bárbaro, uma criança de uma tribo massacrada e vendida para escravatura, torna-se no vingador épico que conquista um império com a sua espada.

Conan, o homem-rã, herói da Trafaria, nascido sem mamã, era filho de uma tia. Namorava com uma indonésia-anã debochada. Um dia comprou um fecho eclair e um contador e assim contornou a crise.

Conan O'Brien, "Late Night's King of Cool", modesto, inteligente e espirituoso, nasceu em Boston, tem origens irlandesas e andou por aqui.


04 maio, 2006

Relações fortes: Sam&Black

Duas cidades e um oceano no meio...


Alguém quer pastilha?

Quem entra na Michigan na zona da baixa (Loop) e vira para norte pode ver uma breve interrupção da monotonia do Grid System. A dominar, o Wrigley Building, arquitectado por Graham, Anderson, Probst e White (não sabiam, vão continuar sem saber e pouco importa, mas até fica bem) e levantado durante os anos 20.


Seis tonalidades de terracota que aclaram com a altura, entre o rio e a avenida mais comercial da cidade, influências renascentistas e de Sevilha adapdadas ao estilo americano, a assiduidade de músicos de rua no passeio e a luz nocturna dão a esta sede multinacional um certo charme.

http://www.wrigley.com/wrigley/about/about_story_building.asp