
O Inverno de 2009/2010 é lembrado pelos "Copenhaguenses" como um dos mais frios de que há memória, e com quantidades de neve de fazer inveja a qualquer clima continental - como comprovei aliás na minha primeira visita. O de 2010/2011 trouxe neve precoce: em meados de Novembro já o primeiro nevão ameaçava outro Inverno respeitável. Janeiro e Fevereiro são, em regra, os meses mais brancos. O próprio Natal é menos vezes passado sob a clássica alvura nórdica do que se podia imaginar, e por isso a chegada de nevões em Novembro foi estranha para todos.

A neve causa irritação na maioria dos locais, pelos inconvenientes diários e pela frustração de não ter grande utilidade lúdica, já que o país não tem montanhas. Por outro lado, traz uma claridade muito bem vinda numa altura do ano em que o sol aparece (pelo menos quando as nuvens deixam) apenas entre as 9h e as 16h. Mas essa claridade não parece impressionar particularmente os revoltados cidadãos, perturbados nos seus afazeres diários pelas detestáveis acumulações brancas.
Quando neva, a cidade ganha um silêncio único. As pessoas falam menos, carros e bicicletas abrandam, o tapete claro amortece tudo o que toque no chão. Uma verdadeira paz podre, sabendo como a maioria dos locais se sente em relação ao assunto.